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Estivadores em greve contra a privatização dos portos

Estivadores em luta no porto do Pireu

Os estivadores do porto do Pireu e de Salónica cumpriram esta quinta-feira 24 horas de greve em protesto contra a privatização dos dois portos, com uma manifestação na capital grega em direção ao ministério da Marinha Mercante.

“Queremos parar o concurso de alienação do capital dos portos do Pireu e Salónica. Qualquer privatização irá entregar a monopólios estrangeiros atividades críticas para o desenvolvimento da economia grega”, apontaram os sindicatos dos dois portos num comunicado conjunto.

A greve desta quinta-feira é a primeira de uma série de protestos caso o governo avance com o processo de privatizações. E da parte do vice-ministro não houve qualquer garantia de que isso não possa acontecer. Segundo o diário Avgi, Theodoros Dritsas sublinhou a abertura do governo para ouvir as reivindicações dos estivadores, pedindo-lhes em troca a compreensão para as circunstâncias excecionais que enfrenta para relançar a produção e as condições de vida no país. Dritsas prometeu ainda que o governo irá explorar todas as possibilidades para que os portos do Pireu e Salónica possam crescer para benefício do povo grego e defendendo o interesse público.

Por seu lado, o presidente da Federação OMYLE, Yorgos Georgakopoulos, afirmou ao Avgi que deixou bem clara na longa reunião desta tarde a determinação dos trabalhadores dos portos em resistir às políticas de privatização introduzidas pelos memorandos, ao mesmo tempo que voltou a desafiar o governo a clarificar qual é a sua posição quanto a isso.

China aposta forte no porto do Pireu

O protesto surge na sequência das conversações entre membros do governo e o grupo chinês Cosco, que já opera em dois terminais do porto do Pireu, e também da intensificação dos contactos diplomáticos com a China nas últimas semanas.

Pequim promete fazer do porto do Pireu um elemento importante da “cintura económica da rota da seda”, a estratégia chinesa em curso de integração económica através do desenvolvimento de infraestruturas. A Cosco assume-se como a favorita e em sua recomendação aponta os 4000 empregos diretos e indiretos criados nos últimos anos sob a sua gestão e a sextuplicação do volume de carga entre 2008 e 2014.

As notícias dos últimos dias dão conta das negociações entre o governo e o grupo chinês, sem nenhuma confirmação oficial dos contornos da operação. Antes das eleições, estava prevista a alienação de 67% do capital da Administração do Porto do Pireu. No próximo domingo, o núcleo local do Syriza realiza uma conferência no auditório do porto do Pireu sobre o futuro da atividade portuária no desenvolvimento do país, a relação das autoridades portuárias com os municípios onde se inserem e as relações laborais no setor.