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Proteger salários, pensões e leis laborais: as “linhas vermelhas” de Tspiras na conferência da Economist

Foto left.gr

No discurso desta sexta-feira, o primeiro-ministro grego garantiu que irá recusar uma nova dose da mesma austeridade que os gregos têm sofrido nos últimos anos.

Tsipras falou no dia seguinte à reunião da direção política do Syriza, onde o vice-primeiro ministro Dragasakis deu conta do andamento das negociações em Bruxelas. O partido emitiu um comunicado a classificar de “inaceitáveis” as tentativas dos credores de aplicar ao país algumas das medidas – como os novos cortes nas pensões ou mais leis a retirar direitos aos trabalhadores – que foram rejeitadas em janeiro pelo povo grego nas urnas.

O primeiro-ministro confirmou que tem sido possível chegar a entendimento em Bruxelas acerca de mudanças no regime do IVA, na quantificação das metas orçamentais ou na reforma do aparelho fiscal, mas permanecem as divergências sobre as leis laborais e as pensões de reforma.

“E quem achar que as nossas linhas vermelhas se apagam com o passar do tempo, que se desengane”, avisa Tsipras

“Quero assegurar ao povo grego que não existe qualquer possibilidade de o governo grego recuar no que toca às pensões e aos assuntos laborais”, voltou a sublinhar Alexis Tsipras. “E quem achar que as nossas linhas vermelhas se apagam com o passar do tempo, que se desengane”, acrescentou, respondendo aos que o acusam de abandonar as promessas eleitorais com uma lista das medidas emblemáticas que o governo conseguiu aprovar e pôr em marcha nos primeiros 100 dias do mandato.

Para que exista um acordo, prosseguiu o primeiro-ministro grego, serão necessárias quatro condições: saldos orçamentais primários mais reduzidos em 2015 e 2016, de forma a quebrar o ciclo reprodutivo da austeridade e recuperar folga orçamental; nenhum corte nos salários e pensões; discussão da restruturação da dívida pública; e um forte programa de investimento, apostando nas infraestruturas e novas tecnologias.

“Convidamos o outro lado, após cinco anos de metas irrealistas e fracassos constantes, a aceitar a realidade”, concluiu Alexis Tsipras, garantindo estar à procura “não apenas de um acordo, mas de uma solução” que permita ao país sair da crise e melhorar as condições de vida das pessoas.

O primeiro-ministro grego destacou ainda os bons resultados da execução orçamental até abril, segundo os dados divulgados na quinta-feira pelo Ministério das Finanças: “Apesar da asfixia económica, o nosso governo conseguiu aumentar tanto o saldo orçamental primário como as receitas, em comparação com o ano passado”. E lembrou os convidados da Economist que quando entrou no governo “a situação era tal que quase impossibilitava o pagamento de salários e pensões” por parte do Estado.

Fontes: New York Times, Bloomberg, naftemporiki.gr, enikos.gr, left.gr