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Oposição grega teme eleições antecipadas

Samaras e Venizelos, líderes da Nova Democracia e PASOK

A hipótese de eleições antecipadas no caso dos credores recusarem o acordo com o governo grego está a pôr a oposição à beira de um ataque de nervos. O PASOK anunciou hoje que irá apresentar de imediato uma proposta para mudar a lei eleitoral que criou, no sentido de dificultar maiorias absolutas.

O ministro do Trabalho grego foi um dos dirigentes do Syriza a colocar a questão em público: se os credores apresentarem um ultimato que impeça um acordo no respeito pela vontade expressa pelo povo nas eleições, os gregos deverão ser chamados a pronunciar-se nas urnas sobre a política a seguir no próximo período.

O Syriza venceu as eleições no fim de janeiro e recebeu o mandato dos eleitores para acabar com o memorando e negociar um acordo a longo prazo que permitisse o fim das políticas recessivas da austeridade e a permanência do país na zona euro.

O cenário de rotura das negociações com os credores e o prolongamento da asfixia ao financiamento ao país, que dura há quase um ano, mudará por completo as condições políticas do exercício do mandato, defendeu Panos Skourletis em declarações à tv Skai. O ministro do Trabalho acrescentou que “não há espaço para mais cedências” e que os credores se comportam como “governadores” do país.

Nova Democracia fala em “mentiras”, PASOK quer mudar a lei eleitoral que criou para facilitar maiorias no parlamento

O porta-voz da Nova Democracia, o partido pró-memorando que se afundou nas sondagens nos últimos meses e que tem sido um dos mais ferozes críticos das negociações, reagiu de imediato aos rumores acerca de eleições antecipadas a 28 de junho ou 5 de julho.

“Mas o que é que eles vão pedir? Um mandato para atirar o país contra os rochedos? Ou uma desculpa para as mentiras que disseram?”, questionou Costas Karagounis em declarações à Skai.

O líder dos socialistas gregos, que se tornou no partido mais pequeno no parlamento a 25 de janeiro, anunciou hoje que irá propor uma reforma da lei eleitoral. Entre as propostas do PASOK está o fim do bónus de 50 deputados para o partido mais votado, uma medida que foi introduzida pelo próprio PASOK quando estava no poder, e que sempre teve a oposição do Syriza.

Evangelos Venizelos afirmou que os socialistas gregos – que as sondagens colocam à beira de perder a representação parlamentar – irão agora defender um sistema mais proporcional para evitar a distorção que beneficiou os partidos da alternância até ao passado dia 25 de janeiro.