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Lafazanis: “Acordo destrói mandato popular e resultado do referendo”

Panagiotis Lafazanis. Foto Avgi

No Syriza, multiplicam-se os apelos à unidade, mas também ao recuo de Tsipras em relação ao compromisso de Bruxelas. Resta saber quantos deputados do Syriza irão chumbar amanhã as pré-condições exigidas pelos credores para acabar com a asfixia aos bancos e negociar o programa de financiamento para os próximos três anos.

O ministro da Energia grego e líder da Plataforma de Esquerda absteve-se na votação da proposta negocial grega na sexta-feira e assumiu agora o protagonismo das críticas ao acordo de Bruxelas, ao emitir uma nota a condenar o tratamento da Grécia “como uma colónia” por parte dos “supostos parceiros e em primeiro lugar do establishment alemão”.

“O governo e o primeiro-ministro têm o direito e a oportunidade de se reposicionarem e retirarem o acordo antes que o parlamento tome decisões finais”, prossegue Panagiotis Lafazanis, advertindo que, caso contrário, “será o povo que irá revogar este acordo através da luta e da unidade”. Para o ainda ministro da Energia, o povo grego não aceita o “dilema falso e terrorista dos credores: capituação ou destruição” da Grécia.

Ante a possibilidade de forte aumento do número de votos contra as medidas em votação na quarta-feira, o Secretariado do Syriza, que reúne representantes de várias sensibilidades do partido, afirma que a prioridade é garantir a coesão e unidade do partido. “Todos sublinharam que o governo grego foi confrontado com um golpe económico sem precedentes. Isto irá pesar para sempre na consciência da Europa e independentemente do que se passar nos próximos dias, nenhum dos seus líderes deixará de sofrer as consequências” da chantagem feita sobre o governo grego no domingo, afirmou a porta-voz do partido Rania Svigkou.

Flamboularis: “Resistimos às tentativas de derrube do governo”

O coordenador político do governo, Alekos Flamboularis, também dez uma declaração à imprensa esta terça-feira a apelar à unidade no Syriza. “Alguns insistem em empurrar o país para fora da zona euro. Apesar do golpe de estado contra o governo grego ter sido evitado na cimeira europeia, as forças extremistas anti-Europa que o provocaram não desistem”, diz o ministro de Estado.

“O povo grego deve ter consciência de que o primeiro-ministro e a delegação grega travaram uma dura batalha em Bruxelas e não cederam à chantagem e às tentativas de derrube de Alexis Tsipras e do governo. Independentemente do partido a que pertençamos, o povo grego deve temer pelo seu país. Devemos ter em conta a intenção das forças reacionárias para nos humilharem, dividirem o povo e devastarem o país”, conclui Flamboularis.