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Varoufakis: “O que estão a fazer com a Grécia tem um nome: terrorismo”

Luis de Guindos e Yanis Varoufakis. Foto União Europeia ©

Em entrevista ao diário espanhol El Mundo, o ministro das Finanças grego diz que “é difícil sentir que não estamos em guerra quando nos obrigam a fechar os bancos por perguntar ao povo grego a sua opinião sobre a proposta de acordo”.


Yanis Varoufakis diz ter “a certeza de que os espanhóis já perceberam a mensagem que lhes estão a mandar com o caso grego: estão a converter a Grécia num exemplo para os outros”.

“O problema é que a UE não gosta de democracia”, diz o ministro das Finanças grego, repetido que se demitirá em caso de vitória do ‘Sim’, que resultaria na assinatura de um acordo “que já não á apenas mau, mas absolutamente nefasto. Nefasto porque não é sustentável, porque o dispositivo de financiamento é incompleto, porquenão dá esperança nem vontade aos empresários para investir na Grécia e porque nem sequer põe fim à tensão e ao medo de se estar permanentemente a negociar”.

Por outro lado, “se ganha o ‘Não’, o primeiro ministro Alexis Tsipras contará com armas para conseguir negociar um acordo melhor”, defende o ministro. “Mas não me interprete mal: se ganhar o ‘Não’, não alcançaremos um acordo fantástico, de forma alguma, mas conseguiremos que não seja tão mau como o que agora nos propõem”.

Em qualquer dos casos, Varoufakis acredita que os bancos abrirão na terça-feira e que Mario Draghi será obrigado a restabelecer a linha de financiamento à banca grega. A razão desta previsão do ministro é que “há demasiado em jogo, tanto para a Grécia como para a Europa”. “Se a Grécia cair, perdem um bilião de euros (o equivalente ao PIB espanhol). É muito dinheiro e não creio que a Europa possa permitir isso”.

Questionado sobre o medo que se vive nos últimos dias na Grécia, Varoufakis responde que o que estão a fazer ao país “é terrorismo”. “Porque nos obrigaram a fechar os bancos? Para criar medo nas pessoas. E quando se trata de espalhar o terror, esse fenónemo tem um nome: terrorismo. Mas confio que o medo não vença”.