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Banco da Grécia otimista quanto aos testes de stress do BCE

Banco da Grécia. Foto János Korom Dr./Flickr

A poucos dias do Banco Central Europeu anunciar o resultado oficial dos testes de stress aos bancos europeus, um alto responsável do Banco da Grécia diz que os resultados superam as expetativas. O processo de recapitalização da banca tem de ficar concluído nas próximas semanas e o crédito malparado continua a separar governo (e banqueiros) dos representantes dos credores.


Um alto responsável do Banco da Grécia, não identificado, afirmou à agência ANA-MPA que o resultado dos testes de stress aos bancos gregos ficaram acima do que era esperado, facilitando a tarefa dos acionistas privados na recapitalização dos seus bancos e assim evitando que os depositantes sejam chamados a cobrir as necessidades de capital.

Os resultados dos testes de stress serão conhecidos no final da semana e as administrações dos bancos serão então chamadas a apresentar os seus planos de restruturação do capital, tendo em conta as necessidades de capital identificadas pela instituição dirigida por Mario Draghi.

O presidente do Banco da Grécia, Yannis Stournaras, reuniu esta semana como o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, e afirmou estar confiante em que a recapitalização da banca grega estará concluída até ao final do ano. Para Stournaras, o fim do processo de recapitalização e a implementação das medidas previstas no memorando irão permitir ao governo levantar o controlo de capitais no primeiro semestre do próximo ano.

Banqueiros não querem liberalização dos despejos

O volume do crédito malparado da banca grega está a complicar as negociações entre a Grécia e os credores, que insistem em reduzir a menos de metade o montante do valor das casas atualmente protegidas por lei para evitar despejos nas primeiras habitações.

No fim de semana, o presidente do Piraeus Bank manifestou-se contra a liberalização do regime de depsejos das primeiras habitações e negou as notícias que apontavam os banqueiros como estando por detrás das pressões que os credores têm feito ao governo.

“É um erro enorme. Os bancos vão ser prejudicados com os altos custos para aplicar o processo dos despejos… Para além disso, esta medida é uma grande injustiça social que vai prejudicar os próprios bancos. Se todas essas dezenas de milhates de habitações passarem para as mãos dos bancos, o seu valor irá desaparecer”, afirmou Machalis Sallas aos jornalistas, apontando os custos da manutenção e seguros das casas, entre outros.

O líder do Piraeus Bank defende medidas alternativas para que as famílias que viram os seus rendimentos cair abruptamente com a crise baixos rendimentos possam pagar prestações simbólicas de 1.2% do valor remanescente do empréstimo. E deu o exemplo de uma família que tenha 100 mil euros por pagar do empréstimo da casa, que passaria a pagar 1200 euros por ano, ou 100 euros por mês, suspendendo o valor atual das prestações ao banco.