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Restruturação da dívida grega avança em novembro

Christine Lagarde na abertura da Assembleia do FMI em Lima, Peru. Foto FMI/Flickr

A assembleia do FMI está reunida em Lima e a insustentabilidade da dívida grega é um dos temas de discussão nos bastidores. A participação do Fundo no memorando continua condicionada ao alívio da dívida da Grécia.


Christine Lagarde insistiu em Lima que o FMI está disposto a ajudar a financiar o memorando grego caso sejam aplicadas as reformas previstas e a dívida, atualmente a rondar 180% do PIB, seja substancialmente reduzida. Também presente na reunião, o ministro grego Euclid Tsakalotos irá encontrar-se com Lagarde para acertar pontos de vista sobre o andamento do processo.

Esta semana foi François Hollande a sublinhar a importância de resolver o problema da dívida grega no seu discurso no Parlamento Europeu, recuperando o tema para a agenda política europeia.

Moscovici: “Participação do FMI ajuda a dar solução definitiva à crise grega”

Também presente na Assembleia do FMI na capital peruana, o comissário europeu Pierre Moscovici admitiu que “teremos de lidar com o assunto da dívida após outubro ou novembro, quando se fizer a primeira avaliação do memorando e a votação de novas medidas” pelo parlamento grego. “Acredito e espero que o FMI se junte ao processo e é necessário que isso aconteça para dar uma solução definitiva para a crise grega e assim deixar de ser uma ameaça à integridade do euro”, afirmou o comissário em entrevista à Bloomberg, afirmando-se “otimista” sobre o desfecho deste processo.

Dijsselbloem propõe teto de 15% do PIB para serviço da dívida, mas admite baixá-lo

Também questionado pela Bloomberg, Jeroen Dijsselbloem confirmou que a questão da dívida grega estará em cima da mesa em novembro. “A abordagem é hoje mais clara, vamos ver como a Grécia consegue lidar com o serviço da dívida anualmente. Como sabe fizemos muito para baixar a taxa de juro que a Grécia tem de pagar e demos maturidades de 32 anos e meio”, afirmou o líder do Eurogrupo.

Em declarações à Reuters, Dijsselbloem avançou com a proposta de estabelecer um teto de 15% do PIB para o serviço da dívida a pagar anualmente. Este é o limite habitualmente recomendado pelo FMI, mas no caso grego a instituiçao tem referido que um teto mais baixo poderá ser imposto.

Atualmente, dois terços da dívida grega são detidos pelos países da zona euro, com uma taxa de juro média a rondar 1%, a média de maturidade é de 31 anos e o período de carência até 2022. A taxa cobrada pelo FMI é quatro vezes superior e o financiamento do terceiro memorando vai servir para substituir estes empréstimos pelos do Mecanismo Europeu de Estabilidade, com taxas bem inferiores.