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Varoufakis mostra quanto ganha a dar conferências

Yanis Varoufakis. Foto Marc Lozano/Fickr

Alguns meios de comunicação gregos acusaram Varoufakis de andar a enriquecer com a série de conferências internacionais que tem dado sobre o défice democrático na Europa. O ex-ministro das Finanças responde com a campanha Transparência em todo o lado! e revela quanto recebeu por cada uma das suas aparições públicas desde que se demitiu do primeiro governo Tsipras, logo após o referendo de julho.


Yanis Varoufakis explica que desde que saiu do governo tem gasto o seu tempo e energia a “transferir o espírito da Primavera de Atenas para o coração da Europa” e promover a necessidade urgente de transparência no processo de tomada de decisão na Europa para combater o défice democrático.

“Na prática, isto significou viagens sem fim e mais de vinte presenças em diversas cidades europeias em poucos meses”, prossegue Varoufakis, acusando a “imprensa amiga da troika” de querer denegrir a sua aparição na cena internacional porque “nada incomoda mais os poderes de Bruxelas, Frankfurt, etc, do que a revelação do seu profundo desprezo pelos princípios e a prática democrática”.

Varoufakis tem defendido por onde passa a criação de uma rede europeia que defenda a democracia contra os mercados. E como a campanha de que diz ser alvo usou a suposta remuneração milionária das suas presenças em conferências e debates para acusá-lo de estar a enriquecer com isso, o economista viu nesse ataque “uma oportunidade maravilhosa para demonstrar na prática o princípio da transparência que queremos trazer à política europeia”.

“A nossa campanha Transparência em todo o lado! pode assim começar já, neste post”, conclui Varoufakis, publicando em seguida a lista de debates e conferências onde participou e discriminando para cada uma o montante que recebeu de honorários, bem como se as viagens foram pagas e qual a tarifa aérea.

Yanis Varoufakis dividiu a lista em duas: uma com os 23 discursos políticos que deu e pretende dar nas próximas semanas em vários países. Na esmagadora maioria (como na recente visita à Universidade de Coimbra) não recebeu um cêntimo de honorários; e outra lista, apenas com dois eventos em que participou para ganhar dinheiro “para manter a minha independência económica em relação aos interesses estabelecidos” e financiar as suas outras atividades. Trata-se de uma presença na tv italiana, que lhe rendeu 24 mil euros líquidos, e um discurso numa conferência em Singapura em troca de 28.8 mil euros líquidos.