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Banqueiros e governo garantem sucesso da recapitalização

Foto Bulent Yusuf

Os contribuintes gregos são novamente chamados a salvar os quatro maiores bancos, que têm até sexta-feira para apresentar o seu plano de recapitalização. No fim de semana, o parlamento aprovou a legislação necessária, após a divulgação dos resultados dos testes de stress do BCE, melhores que o esperado. O ministro Tsakalotos diz que o processo estará concluido até ao fim do ano.

Dos 14.4 mil milhões de euros necessários no pior cenário traçado pelo Banco Central Europeu, 4.400 milhões terão de ser angariados entre acionistas privados. Mas segundo noticia hoje a agência Bloomberg, essa quantia pode ser reduzida a 1.200 milhões, com o restante a ser conseguido através de operações de troca de dívida dos bancos. Os 4.400 milhões são o valor indicado para a recapitalização no cenário-base do BCE.

O buraco nas contas dos quatro maiores bancos identificado pelos testes de stress do BCE foi menor do que o esperado. No caso do Alpha Bank e do Eurobank Ergeasias, as operações de troca de dívida deverão bastar para atingir o rácio pretendido pelo BCE. Já o Piraeus Bank e o National Bank terão de encontrar financiamento privado para a recapitalização e dizem não ter dificuldades em atingir o valor fixado nos testes de stress.

O remanescente da recapitalização para cobrir o pior cenário será efetuado pelo Fundo Helénico de Estabilidade Financeira: 25% através em ações e 75% em obrigações com um cupão de 8%, convertíveis em ações em 116% do seu valor nominal caso os rácios de capital definidos caiam para menos de 7%.

Os banqueiros estão convencidos que os acionistas e investidores serão atraídos pelas condições oferecidas para a recapitalização “em vez de se arriscarem a um bail-in no futuro”, diz o analista da Moody’s Nondas Nicolaides à Bloomberg.

O ministro das Finanças disse aos deputados ter ficado satisfeito com os resultados dos testes de stress e afirmou ter sinais do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento de que irá participar no processo de recapitalização. Euclid Tsakalotos espera fechar o dossier da recapitalização e do crédito malparado até ao final do ano, de forma a evitar o bail-in dos depositantes e que os controlos de capitais remanescentes possam ser levantados ao longo de 2016. Do empréstimo de 86 mil milhões acordado em Bruxelas, 25 mil milhões eram destinados a acudir às dificuldades dos bancos. Ao indicar 14 mil millhões em falta no pior cenário, o BCE reviu em baixa as necessidades apontadas há poucos meses.