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Refugiados: Tsipras ameaça com sanções aos países incumpridores

Donald Tusk e Alexis Tsipras em Atenas

O primeiro-ministro grego recebeu o presidente do Conselho Europeu em Atenas e afirmou que a Grécia pode retaliar se os restantes países europeus não assumirem as suas responsabilidades no acolhimento dos refugiados. Tsipras apelou à criação de um movimento global de apoio aos refugiados.


 

“Esperamos que a União Europeia reconheça explicitamente que a Grécia não pode arcar sozinha com toda a responsabilidade” no que toca ao acolhimento dos refugiados, afirmou esta quinta-feira o primeiro-ministro da Grécia. “Um dos princípios fundadores da UE, definido no Tratado de Lisboa, é o princípio da solidariedade entre Estados-membros, o que significa a distribuição justa de responsabilidades. A Grécia vai exigir o respeito total do tratado europeu e caso contrário haverá sanções para quem não o respeite”, acrescentou Alexis Tsipras a poucos dias da cimeira UE/Turquia, com a crise dos refugiados na agenda.

Tsipras voltou a insurgir-se contra as “ações unilaterais” de alguns países, ao fecharem as fronteiras e assim provocando a retenção de dezenas de milhares de refugiados na Grécia. “Só podemos avançar quando nos respeitamos uns aos outros”, declarou, apelando à condenação da UE dessas medidas unilaterais.

Tsipras: “Será a humanidade ou a extrema-direita a prevalecer”

O primeiro-ministro grego prometeu ainda criar o maior número de abrigos temporários para refugiados e apelou ao reforço imediato dos processos de recolocação de refugiados já decidido ao nível europeu, mas que nenhum país está a cumprir.

Em conferência de imprensa, os vice-ministros da Defesa e Migrações anunciaram a criação de alojamento temporário para 15 mil pessoas nas próximas semanas. Nos quatro “hotspots” já em funcionamento estão alojados 2500 refugiados e migrantes, nos centros de Schisto, Diavata, Nea Kavala e Hersos estão outros 8647, no centro de acolhimento em Eleonas, perto de Atenas, estão 720 e nos edifícios do antigo aeroporto de Elliniko estão alojados 5290 pessoas. Calcula-se ainda que estejam outros 10 mil retidos junto à fronteira com a antiga república jugoslava da Macedónia, em Idomeni, 1800 no porto do Pireu e 490 em hotéis e pensões alugadas pelo Anlto Comissariado da ONU para os Refugiados.

No plano interno, Tsipras considerou ser “fundamental que as comunidades locais estejam ao nosso lado e que a sociedade grega continue a apoiar os refugiados. Será a humanidade ou a extrema-direita a prevalecer”, concluiu, destacando a necessidade de criar um movimento internacional de apoio aos refugiados, com a ajuda de personalidades e celebridades como o papa Francisco, o secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon e artistas e intelectuais reconhecidos a nível global.

Tusk apela aos migrantes para que não venham para a Europa

O presidente do Conselho Europeu prometeu em Atenas que “a UE não vai abandonar a Grécia, não a vai deixar sozinha”. E apelou aos “potenciais migrantes económicos” que pensem duas vezes antes de viajarem para a Europa.

“Não venham para a Europa. Não acreditem nos traficantes.Não arrisquem as vossas vidas e o vosso dinheiro. Isso não vai servir para nada”, declarou Donald Tusk após o encontro com o primeiro-ministro grego.

Crise dos refugiados em 7 infografias