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Tsipras anuncia inquérito à relação entre a banca e os partidos

Alexis Tsirpas no parlamento. Foto Left.gr

Num debate parlamentar sobre justiça e corrupção, o primeiro-ministro grego anunciou uma comissão de inquérito aos empréstimos da banca aos grandes partidos. A Nova Democracia respondeu com a exigência de novas eleições.


Às críticas da oposição sobre a interferência do governo nos assuntos da justiça, Alexis Tsipras respondeu com treze exemplos de legislação aprovada pelo último governo da Nova Democracia e o Pasok no sentido de parar investigações e de criar imunidades para políticos e membros de altos cargos de administração envolvidos em escândalos de corrupção. O caso da abafada “lista Lagarde”, que continha os nomes dos beneficiários das contas no banco HSBC na Suíça, ou o do escândalo dos contratos da Siemens, que acabou num acordo extrajudicial assinado pelo governo de Samaras e Venizelos, foram dois exemplos trazidos a debate. No último caso, o governo quer renegociar este acordo e apelou à Nova Democracia para participar na comissão que o irá fazer, dada a sua proximidade com os representantes da empresa alemã.

Alexis Tsipras aproveitou o debate parlamentar de terça à noite para anunciar uma comissão de investigação à relação entre a banca e os partidos, com prazo até fim de maio para apresentação de conclusões. É sabido que tanto o Pasok como a Nova Democracia se encontram falidos e com dívidas de centenas de milhões de euros aos maiores bancos privados da Grécia. As últimas notícias apontam para uma dívida de 200 milhões por parte do atual maior partido da oposição.

Nova Democracia quer eleições antecipadas, Pasok demarca-se da iniciativa

O maior partido da oposição acusou o governo de trazer o tema da corrupção a debate para desviar as atenções da crise económica e dos refugiados que tem afetado o país. O recém-eleito líder Mitsotakis, ele próprio herdeiro de uma dinastia que controlou a Nova Democracia nas últimas décadas, exigiu a demissão do governo e eleições antecipadas, apenas seis meses depois das últimas eleições terem confirmado a maioria Syriza/Gregos Independentes eleita pela primeira vez há pouco mais de um ano.

Por seu lado, a líder do Pasok também apelou à saída do governo, mas rejeitou o cenário de eleições antecipadas, defendendo que o atual parlamento deve encontrar outra maioria para governar. Uma hipótese que os deputados dos Gregos Independentes recusaram, garantindo o apoio ao executivo de Tsipras até ao final do mandato de quatro anos.