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Lagarde diz que ameaça de bancarrota “é um disparate”

Christine Lagarde. Foto União Europeia ©

Christine Lagarde respondeu às queixas de Alexis Tsipras na sequência da revelação da estratégia do FMI para criar uma nova bancarrota grega. “É um disparate”, diz a líder do FMI.


Após o Wikileaks ter revelado o conteúdo da teleconferência entre Poul Thomsen e Delia Velculescu, responsáveis do FMI para a Europa e nas negociações com a Grécia, o primeiro-ministro grego procurou saber se aquela era a estratégia oficial do Fundo: provocar uma bancarrota no país para obrigar Atenas, Bruxelas e Berlim a aceitarem nova dose de austeridade para além da que foi acordada em julho passado.

Na resposta que Christine Lagarde tornou pública no domingo, a líder do FMI considera que a especulação sobre essa tática negocial não passa de um “disparate”.

Lagarde aproveita para reafirmar que há um longo caminho a percorrer para o FMI dar luz verde à sua entrada no programa de financiamento à Grécia, nomeadamente a revisão das metas orçamentais. Em troca de mais austeridade, o FMI oferece o início das negociações para a restruturação da dívida.

No fim da carta, Lagarde exige que as autoridades gregas garantam condições de privacidade às suas equipas em Atenas, para além da sua segurança pessoal.

“A estratégia da bancarrota é mesmo um disparate”, responde Atenas

Na resposta a Lagarde, o gabinete primeiro-ministro grego insiste que “as negociações devem ser concluídas de imediato, sem exigências irrealistas de medidas adicionais para além das que estão inscritas no acordo de resgate de julho”.

“A estratégia de adiamento das negociações de forma a criar condições para a bancarrota na Grécia pouco antes do referendo britânico é de facto um grande disparate”, prossegue a nota. Quanto à questão da privacidade do FMI em Atenas, o governo grego diz que “a Grécia é um país completamente seguro, muito mais do que a grande maioria dos países afetados pelas fugas de informação do Wikileaks”.