A negociação do governo com a FIFA e a UEFA permitiu aprovar a lei contra a violência e fraude no futebol sem excluir o país das provas internacionais.
“O nosso objetivo nunca foi excluir as nossas equipas do futebol internacional, mas trazer ordem” ao agitado meio futebolístico grego, disse o ministro do Desporto Stavros Kontonis assim que a lei foi aprovada no dia 8 de maio.
Em abril, FIFA e a UEFA ameaçaram o país de exclusão depois de terem conhecimento do texto inicial da proposta de lei, por supostamente interferir na autonomia da Federação. Mas esta sexta-feira, a Federação Helénica de Futebol divulgou a carta dos secretários-gerais da FIFA e da UEFA a manifestarem satisfação com a lei aprovada.
O ministro do Desporto fez consultas prévias com enviados da UEFA sobre os artigos que tratavam dos poderes da Federação de futebol. “As nossas discussões decorreram sempre num espírito de entendimento mútuo, sinceridade e boa fé, e puderam concluir-se apesar das tentativas permanentes de as torpedear”, afirmou Kontonis no dia da aprovação da lei.
A nova legislação prevê multas aos clubes entre 10 mil a 25 milhões de euros por atos de violência no desporto e por viciação de resultados, para além de poder impor o adiamento ou cancelamento de jogos. Os meios de comunicação também podem ser alvo de duras multas por exibirem ou incitarem à violência e os árbitros de futebol passam a ter de apresentar declarações de rendimentos. A lei prevê ainda regras para os bilhetes eletrónicos e as câmaras de vigilância nos estádios.
Nesta época futebolística que agora termina, o campeonato grego teve de ser suspenso por três vezes devido a atos de violência nos estádios. “A situação no futebol e em geral no desporto grego está fora de controlo e esta lei é um grande passo para enfrentar os problemas”, dizia o ministro do Desporto à Reuters dias antes da lei ser aprovada.