A denúncia do ex-representante grego no FMI de que havia jornalistas pagos para participar em seminários do Fundo nas vésperas da assinatura do memorando motivou um pedido de explicações do governo. Na resposta, o diretor de comunicação afirma que o Fundo Monetário Internacional apoia jornalistas de mais de 90 países pobres e sob intervenção do FMI para assistirem a encontros internacionais, e acrescenta que apenas dois jornalistas da Grécia terão participado nesses encontros em Washington com as despesas pagas pelo Fundo.
Para o subsecretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Terence Kouik, a resposta de Gerry Rice revela um facto desconhecido para a opinião pública grega: a de que houve jornalistas gregos a receber apoio do FMI para participar nos seus encontros.
O governante diz que cabe agora a organismos como o Sindicato de Jornalistas – que já anunciou a abertura de um inquérito – ou a associação de imprensa grega esclarecer se existiu algum concurso de candidatura a esses apoios ou se os ditos jornalistas foram selecionados diretamente pelo FMI.
Terence Kouik acrescentou que os jornalistas em causa deviam dar a cara, uma vez que não há razão para os seus nomes não serem conhecidos, acabando de vez com o clima de suspeição gerado pelas revelações de Roumeliotis à comissão de Auditoria e Verdade sobre a Dívida Grega.
“Se não o fizerem, irei perguntar de novo ao FMI. E se o FMI se recusar a ajudar, isso põe em causa uma prática que o próprio Fundo considera positiva”, conclui o subsecretário de Estado.