A poucas horas de ir ao parlamento fazer uma comunicação aos deputados, o primeiro-ministro grego deixou claro que não está disposto a aceitar propostas como as que Juncker lhe transmitiu em Bruxelas.
https://twitter.com/tsipras_eu/status/606499021805527040
“O governo não aceitará propostas extremas. O nosso povo já sofreu que baste nos últimos cinco anos”, foi a declaração publicada por Alexis Tsipras no Twitter. Nos meios próximos do governo e do Syriza, há quem diga que as propostas dos credores, insistindo no corte das pensões e salários, no aumento do IVA e noutras medidas recessivas, são piores que as dos “emails de Hardouvelis”, o antigo ministro das Finanças da Nova Democracia acusado de receber as instruções da troika por correio eletrónico.
Na quinta à noite, Tsipras, Hollande e Merkel falaram por teleconferência durante mais de uma hora. Segundo o portal Left.gr, Alexis Tsipras terá dito que a proposta dos credores não é aceitável, para além de não ter em conta o trabalho de negociação dos últimos quatro meses. Atenas insiste em ter a sua proposta, que foi entregue na segunda-feira aos credores, como a base para a conclusão das negociações.
Entretanto, a decisão do governo de não pagar a tranche do reembolso ao FMI que vencia esta sexta-feira, notificando o Fundo da sua intenção de juntar as várias tranches de junho num único reembolso a vencer no fim do mês, está a levar a imprensa internacional a antever um cenário de rutura das negociações. A capa do Guardian desta sexta-feira é um bom exemplo disso:
Guardian front page, Friday 5 June 2015: Greece steps towards the exit pic.twitter.com/yILcSKO2gi
— The Guardian (@guardian) June 4, 2015