Numa declaração publicada na página do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Alfred de Zayas e Virginia Dandan saudaram a decisão de Atenas de optar pelo processo democrático para encontrar um caminho para o país sair da crise sem agravar a situação humanitária.
“Todas as instituições e organismos ligados aos direitos humanos deviam saudar o referendo grego enquanto expressão clara de autodeterminação do povo da Grécia”, diz a declaração subscrita pelos dois peritos independentes da ONU para a promoção de uma ordem internacional democrática e equitativa.
Os peritos da ONU dizem que “é lamentável que o FMI e a UE tenham fracassado em chegar a uma solução que não preveja mais medidas retrógradas de austeridade. Alguns líderes expressaram o seu desagrado com a ideia de fazer um referendo na Grécia. Mas porquê? Os referendos estão entre as melhores tradições de governança”, dizem Alfred de Zayas e Virginia Dandan.
“De facto, a democracia significa autodeterminação e a autodeterminação passa muitas vezes por referendos – também na Grécia”, concluem os peritos independentes das Nações Unidas, refutando assim a opinião divulgada esta quarta-feira pelo secretário-geral do Conselho da Europa.
O norueguês Thorbjørn Jagland afirmou à Associated Press que “o referendo foi convocado com pouca antecedência, o que representa um grande problema” não apenas para a divulgação da pergunta em causa, mas porque impede, segundo ele, o envio de observadores internacionais para monitorizar o referendo.