Depois do falhanço da Nova Democracia, a Unidade Popular recebe mandato para tentar formar governo. O líder do KKE acusa-os de terem servido o atual governo e diz que “as sequelas são sempre piores que o filme original”.
O novo grupo parlamentar formado pelos dissidentes do Syriza que faziam parte da Plataforma de Esquerda irá agora usar os três dias para reunir com os partidos e tentar formar um governo antimemorando. Uma tarefa impossível com o atual quadro de forças presentes no parlamento, mas que servirá para aumentar a projeção política do grupo que irá a votos nas próximas legislativas.
Quem já marcou a distância face ao novo partido antimemorando foi o líder do KKE. Dimitris Koutsoumbas, que apelou ao voto nulo no referendo de 5 de julho, acusou os deputados da Unidade Popular de terem “servido esta política no governo, preparando o novo memorando. Essa ‘plataforma’ é vítima das suas contradições e becos sem saída, que definem a sua linha política, o seu programa, a sua estratégia”.
“O povo grego não deve tornar-se espetador do mesmo enredo. Até porque as sequelas são sempre piores do que os filmes originais. Todas as pseudo frentes antimemorando trouxeram sempre novos memorandos”, afirmou Koutsoumbas ao diário Real News.
“Se tivermos de embater com a zona euro, é o que faremos”
O porta-voz da Unidade Popular, Dimitris Stratoulis, reconheceu que “não podemos formar um governo antimemorando com as forças do atual parlamento”, embora queira aproveitar os três dias concedidos pelo Presidente da República “para discutir com as forças políticas e trocar opiniões sobre que governo deverá ser formado”.
Stratoulis reafirmou que o objetivo desta frente antimemorando nas urnas é o de governar para cancelar o memorando, anular a maior parte da dívida, nacionalizar os bancos, promover uma reforma fiscal e repor os direitos da segurança social.