A decisão do governo de suspender os jogos da Taça da Grécia de futebol, na sequência da violência que interrompeu uma das meias-finais da competição, abriu um braço de ferro com a federação grega de futebol que está agora nas mãos do tribunal.
A relação tensa entre o governo grego e a federação de futebol não é nova e as ameaças de exclusão das equipas gregas das provas internacionais já foi feita no momento da elaboração da lei para combater a violência e a corrupção no futebol.
Os escândalos de corrupção e a impunidade da violência por parte de algumas claques, com a aparente indiferença dos responsáveis federativos, levaram novamente o governo a tomar medidas drásticas após os incidentes da meia-final da Taça da Grécia entre o PAOK e o Olympiakos, treinado pelo português Marco Silva.
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A suspensão dos jogos desta competição não foi bem aceite pela Federação, que contestou a ordem nos tribunais. A decisão final será tomada pelo Supremo Tribunal no próximo dia 5 de abril.
Ontem realizou-se um encontro que juntou à mesma mesa o governo, a federação e uma delegação da FIFA e da UEFA, que voltaram a ameaçar o país de ficar suspenso das competições internacionais, bem como as suas equipas, para além de perderem uma equipa na próxima temporada da Liga Europa.
Soccer's Grexit is closer than ever https://t.co/ClB2YEnoHJ pic.twitter.com/NiwUqtDdiV
— Kathimerini English Edition (@ekathimerini) March 30, 2016
“Só a Federação pode resolver o problema que criou”, diz o ministro do Desporto
À saída da reunião, o ministro do Desporto grego voltou a endossar responsabilidades para a federação, que no seu entender “é a única que pode resolver um problema que ela própria criou e tomar iniciativas para acabar com a podridão” que se vive no futebol grego.
Os representantes da FIFA e da UEFA consideraram “inaceitável” a suspensão da Taça e chegaram a propor que os jogos restantes se realizem à porta fechada e com árbitros estrangeiros. O líder da delegação foi o presidente da federação cipriota Costakis Koutsokoumnis, que acrescentou que compreenderia se o governo tivesse suspenso todas as competições, e não apenas a da Taça da Grécia. Para o ministro Stavros Kontonis, “quando ouvimos representantes das federações internacionais a sugerir que a Liga também seja suspensa, ou que devem vir árbitros estrangeiros, isso mostra que estão a aceitar o que nós denunciámos”.
No final da reunião, os representantes da FIFA e da UEFA – cujo novo secretário-geral é um grego, Theodoros Theodoridis – deram uma semana para que a suspensão da Taça seja levantada, antes de decidirem quaisquer sanções a aplicar. A federação deu sinais de estar disposta a retirar a queixa entregue aos tribunais e o governo diz-se tranquilo com a decisão que possa sair do Supremo no próximo dia 5.
#Internacional Futebol grego pode ser banido das competições internacionais https://t.co/r0rhrIM9bq em https://t.co/UBRDjQEj06
— O Jogo (@ojogo) March 30, 2016
À porta da reunião, algumas dezenas de elementos da claque Original 21, do AEK de Atenas, criticaram a FIFA e a UEFA por nunca terem atuado contra a federação grega de futebol, que dizem ser responsável por manter o sistema de negócios à margem da lei que têm marcado a história das últimas décadas no futebol grego.