Reagindo aos resultados do referendo britânico, o primeiro-ministro grego denuncia a crise política profunda na União Europeia e defende que “é preciso erguer uma barricada contra o euroceticismo e a extrema-direita na Europa”.
“Este resultado não surgiu do nada”, afirmou Tsipras na declaração de reação ao Brexit, apontando baterias às “políticas extremistas da austeridade que aumentaram as desigualdades entre países do sul e do norte e entre as populações de cada país”. Exemplos? “A gestão a la carte da crise dos refugiados, fronteiras fechadas e ações unilateriais”, a “recusa em partilhar a responsabilidade quer na crise da dívida quer na crise dos refugiados” ou ainda “o défice democrático, a aplicação de políticas injustas e impopulares através da chantagem, os estereótipos que separam a Europa entre o Norte aplicado e prudente e o Sul preguiçoso e ingrato”.
“Precisamos, mais do que nunca, de um grande contra-ataque das forças progressistas da Europa de forma a travar a ofensiva da estrema direita e do nacionalismo que encontra terreno fértil nas condições criadas pela austeridade e a impunidade dos mercados”, declarou Alexis Tsipras. A decisão dos britânicos neste referendo deixou provado que “a soberba e a arrogância do discurso dos tecnocratas não só não mobiliza os povos europeus, como os enfurece”.
Para o líder do governo grego, o referendo britânico deve ser “ou um alarme para despertar o sonâmbulo que caminha para o precipício, ou o início de um caminho muito perigoso e escorregadio para os nossos povos”.
Tsipras defendeu a necessidade de “uma grande aliança progressista” para a Europa reencontrar os valores que “fizeram esta União única no mundo: a proteção do trabalho, o apoio ao Estado Social, a solidariedade europeia, a proteção do indivíduo e dos direitos sociais”.