Para onde foi o dinheiro levantado dos bancos gregos?

Banco da Grécia. Foto psyberartist/CC

O site de análise económica Macropolis fez as contas à saída de capitais da banca grega. Ao contrário de 2012, desta vez o dinheiro foi mais para os colchões do que para fora do país.

De dezembro de 2014 – quando a eleição falhada para Presidente da República no parlamento grego provocou eleições antecipadas – ao fim de março de 2015, foram retirados da banca grega 26.8 mil milhões de euros. De acordo com os dados do Banco da Grécia, a moeda em circulação aumentou 10.9 mil milhões no mesmo período, ou seja, cerca de 40% do total de saídas. Este valor de levantamentos – quase todo de contas a prazo – corresponde em grande medida ao dinheiro que os gregos preferiram guardar, e assim evitarem as medidas de controlo de capitais num cenário de rotura com a zona euro.

O artigo de Manos Glakoumis, analista-chefe do Macropolis, cita cálculos das suas fontes no setor financeiro: além dos 40% postos em cofres e colchões, cerca de 35% dos 26.8 mil milhões retirados do sistema bancário foi aplicado em fundos nos mercados internacionais, enquanto os restante 25% correspondem a transferências para contas no estrangeiro. As mesmas fontes dizem que o aumento da moeda em circulação terá sido ainda maior em abril.

Há uma grande diferença entre a fuga de capitais dos bancos em 2012 e 2015. Há três anos, foram parar a contas no estrangeiro cerca de 60% dos 90 mil milhões de euros levantados nos meses que antecederam as duas eleições legislativas de maio e junho.

O analista conclui que estes dados permitem antever um regresso a curto prazo do dinheiro levantado ao sistema bancário, caso seja encontrada uma solução que garanta o financiamento do país.