À entrada para a reunião do Eurogrupo, o ministro das Finanças alemão disse aos jornalistas que um referendo à austeridade que os credores tentam impor seria “uma boa medida”.
“Se o governo grego quiser fazer um referendo, deixem-nos fazer um referendo”, disse Schäuble aos jornalistas. “Isso até pode ser uma boa medida e ajudar o povo grego a decidir se está pronto a aceitar o que é necessário, ou se quer algo diferente”, explicou o ministro das Finanças da Alemanha.
A estratégia de Schäuble contraria a posição alemã quando em 2011 o primeiro ministro George Papandreou, do PASOK, propôs um referendo às medidas inscritas no memorando da troika. Angela Merkel recusou de imediato a ideia, obrigando o líder do governo grego a recuar e a apresentar a sua demissão pouco depois, dando lugar a um governo de tecnocratas para seguirem as ordens de Bruxelas e do Banco Central Europeu.
Só que desta vez, no governo está um partido que fez da luta contra a austeridade a sua bandeira e com uma taxa de aprovação sem precedentes na democracia grega. Um referendo às medidas de austeridade colocaria Alexis Tsipras numa posição delicada, uma vez que uma resposta negativa do eleitorado impediria na prática a Grécia de conseguir um acordo de financiamento e consequentemente a abandonar o euro. Apesar da saída do euro estar a ganhar adeptos nas sondagens, esse é um cenário com que a maioria da população não concorda. Em caso de vitória do plano de austeridade dos credores, Tsipras ficaria obrigado a demitir-se ou a governar contra o programa que o elegeu, dois cenários que agradariam sobremaneira aos detentores do poder em Bruxelas, Berlim e Frankfurt.
Varoufakis diz que acordo está mais próximo. Novidades? Talvez “nos próximos dias”
Também à entrada no Eurogrupo, Yanis Varoufakis disse aos jornalistas que espera uma declaração do Eurogrupo que registe os progressos nas negociações. Quanto à conclusão das negociações, o ministro das Finanças grego confia em que “nos próximos dias” possa haver novidades. Para já a Grécia vai reembolsar amanhã o FMI em 750 milhões de euros, antes de conhecer a decisão do BCE sobre a crise de liquidez da banca grega, que poderá aliviar ou agravar ainda mais a situação do sistema financeiro da Grécia.
Sort of a deal, FinMin Varoufakis looking for "very good paving stone towards a final conclusion" #Greece pic.twitter.com/BNFG6V1HZM
— Derek Gatopoulos (@dgatopoulos) May 11, 2015