O porta-voz da Comissão e antigo eurodeputado da Nova Democracia anunciou hoje que o comissário Moscovici informou a Grécia que as propostas ontem entregues não refletem o estado das discussões dos últimos dias. Mas o governo grego diz que essa resposta nunca lhes foi dada.
O episódio das “propostas absurdas” entregues por Juncker fez as relações entre o governo grego e a Comissão Europeia esfriarem consideravelmente. Depois de se ter recusado a falar com o primeiro-ministro grego no passado sábado, Juncker fez saber que não tem nenhum encontro marcado com Tsipras à margem da cimeira UE-CELAC que decorre em Bruxelas. Na verdade, Tsipras combinou no sábado um encontro para hoje com Merkel e Hollande em Bruxelas e o presidente da Comissão, que não quis entrar na videoconferência do fim de semana, não foi convidado. Os dois acabaram por se cruzar à enrada na cimeira e o tom foi aparentemente amistoso:
Na conferência de impresa desta manhã, o porta-voz da Comissão Margaritis Schinas afirmou que as contrapropostas de Atenas, que contêm medidas alternativas ao corte das pensões e salários para atingir as metas dos saldos primários orçamentais, “não refletem o estado das discussões mais recentes” entre Juncker e Tsipras e entre o comissário Moscovici e os representantes de Atenas.
O problema, dizem fontes do governo à imprensa grega, é que essa mensagem nunca lhe foi transmitida pelo comissário europeu, tendo ficado a saber dela através da comunicação do funcionário da Comissão, que já foi eurodeputado da Nova Democracia e conselheiro de Durão Barroso.