Eurogrupo: não há conclusões, mas rumores não faltam

Dijsselbloem e Lagarde. Foto União Europeia ©

A maior conclusão do Eurogrupo foi a convocatória de uma cimeira extraordinária sobre a Grécia para segunda-feira, com a presença dos líderes dos governos da zona euro. Varoufakis publicou o texto da sua intervenção na reunião, onde propôs o acompanhamento semanal da execução orçamental como prova de seriedade das reformas. Espanha e Luxemburgo levantaram dúvidas sobre a abertura dos bancos gregos.

O clima de pressão sobre o governo grego para aceitar um acordo com mais cortes nas pensões e aumento do IVA na eletricidade foi a tónica das intervenções dos principais protagonistas dos credores no Eurogrupo. “A bola está do lado do campo grego”, foi o soundbyte reproduzido nas conferências de imprensa de boa parte dos ministros das Finanças presentes. No fim da reunião, o presidente do Conselho Europeu fez o anúncio da única conclusão:

Yanis Varoufakis divulgou o texto com a proposta que levou ao Eurogrupo e defendeu que “as pequenas divergências não justificam a inexistência de um acordo”. Citando o artigo publicado por Olivier Blanchard, o economista-chefe do FMI, Varoufakis lembrou os credores que não é apenas a Grécia que tem de ceder para haver acordo.

O ministro das Finanças grego insistiu que “cortes não são reformas” e que a Grécia foi o país que mais cortes sofreu em tempo de paz com os memorandos da troika: queda dos salários de 37%, queda das pensões até 48%, corte de 30% nos funcionários públicos e queda de 27% no PIB são alguns dos dados apresentados por Varoufakis. Para mostrar o seu empenhamento em fechar o acordo, o ministro propôs o acompanhamento da execução orçamental das reformas a um ritmo semanal.

Quando questionado sobre as declarações de Christine Lagarde (“são precisos adultos na sala” para chegar a um acordo, disse a líder do FMI), Varoufakis evitou a escalada verbal, dizendo que não faz comentários depreciativos sobre algum colega.

Governos lançam rumores sobre encerramento dos bancos gregos

Logo após o fim da discussão sobre a Grécia, que durou apenas uma hora, membros das delegações presentes na reunião do Eurogrupo disseram à Reuters que o representante do BCE na reunião, quando questionado sobre se os bancos gregos abririam na sexta-feira, teria respondido: “Amanhã, sim. Na segunda-feira já não sei”.

Segundo o correspondente do Financial Times em Bruxelas, Peter Spiegel, o Banco Central Europeu  fez saber que desmentia o rumor, embora sem fazer uma comunicação oficial.

No entanto, o mesmo jornalista confirmou junto de duas fontes presentes na reunião a versão publicada pela Reuters.

Outro jornalista, Paul Mason do Channel 4 britânico, também confirma a notícia, dizendo que foram os ministros espanhol e luxemburguês que levantaram a questão da abertura dos bancos gregos, com o último a passar a informação à imprensa.