Tsipras: “O povo pede-nos para não cedermos”

Alexis Tsipras no Parlamento, 5 de junho de 2015

Alexis Tsipras foi ao parlamento desafiar a oposição a dizer se está de acordo com as “exigências descabidas” dos credores. Mas apesar delas, continua a dizer que “o acordo está mais próximo que nunca”.

O primeiro-ministro grego surgiu no parlamento após deixar claro que a proposta dos credores que lhe foi apresentada por Jean-Claude Juncker é “inaceitável” para o governo. “O povo grego diz-nos para não abandonarmos as nossas propostas razoáveis e para não cedermos às propostas absurdas” dos credores, acrescentou.

“Devo dizer que a proposta que Juncker me apresentou foi uma surpresa desagradável. Não imagino nenhum deputado neste parlamento a votar a favor” do aumento de 10% do IVA sobre a eletricidade, ou o fim do apoio aos pensionistas mais pobres, afirmou Tsipras, desafiando a oposição a clarificar se está ou não de acordo com as “exigências irracionais” feitas esta semana pelos credores.

“Provámos o nosso empenho no ideal europeu ao apresentarmos uma proposta completa”, que refletia não as posições do governo de Atenas, mas os consensos alcançados na mesa das negociações técnicas, explicou Tsipras aos deputados, reafirmando que “esta proposta é a única proposta realista”.

“Mais do que as listas de reformas, o que é crucial é acabar com o círculo vicioso da crise que se autoalimenta”, prosseguiu Tsipras, defendendo que “é preciso uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida grega e não basta uma leve referência em tom de promessa, como existe na proposta dos credores”.

No seu discurso de abertura do debate, Tsipras resumiu ainda os “objetivos estratégicos” que o governo grego tem assumido nas negociações: “saldos orçamentais baixos, restruturação da dívida, proteger pensões e salários reais, distribuição do rendimento a favor da maioria, regresso da contratação coletiva, reverter a desregulação do mercado laboral e um forte programa de investimento que aproveite os recursos e crie um choque positivo na economia”.

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