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Presidente do Parlamento denuncia “ingerências” na democracia grega

Zoe Konstantopoulou

Numa declaração feita esta quarta-feira, Zoe Konstantopoulou acusou os responsáveis pela destruição do país de tentarem confundir os eleitores, após falhada a tentativa de impedir o referendo.

“Alguns chefes de Estado, mas também representantes da Comissão e outras instituições e organismos, não hesitam em interferir grosseiramente nos assuntos internos do país e a sugerir ao povo que ele deve votar no referendo, alterando a verdadeira pergunta”, acusou a presidente do Parlamento grego.

Zoe Konstantopoulou diz que os credores e os seus aliados na Grécia têm feito uma “nova chantagem”, ao confundirem os eleitores sobre a questão do referendo. “Dizem que se os cidadãos votarem não estão a dizer que querem sair da UE ou do euro, que não querem mais nenhuma negociação, ou que não querem a ajuda dos parceiros”, exemplificou.

“É o que dizem também os representantes do sistema político corrompido dos antigos partidos, da corrupção e das negociatas, os mesmos que criaram uma dívida ilegal, odiosa e insustentável e que a querem colocar às costas do povo, da juventude e das gerações futuras, sem prestarem contas por isso”, prosseguiu.

“O voto ‘Sim’ não significa Sim à Europa, significa Sim ao ultimato enviado pela troika ao governo grego”

“O voto ‘Sim’ não significa Sim à Europa, significa Sim ao ultimato enviado pela troika ao governo grego. Significa Sim aos memorandos, à submissão e à servidão; Sim a mais cortes nos salários e nas reformas; Sim ao desemprego e à precariedade; Sim ao abandono da soberania e da democracia, Sim à liquidação dos bens públicos e ao aumento interminável da carga fiscal”, defendeu a presidente do Parlamento.

Em contrapartida, o voto ’Não’, para Zoe Konstantopoulou, “significa Não às táticas e práticas antidemocráticas; Não às chantagens e ultimatos; Não aos bloqueios artificiais; Não à asfixia do povo, com os bancos fechados; Não à escravização de um Estados-membros por outros Estados-membros; Não à submissão política e económica”.

A líder do Parlamento concluiu a sua intervenção dizendo que este ano “o Parlamento esteve à sua altura”, ao não aprovar as medidas previstas no memorando e que “condenavam muitas gerações”. E apelou à população que não permita o derrube de um governo “por aqueles que desde há meses preparam cenários de desestabilização para entregar o país às forças da corrupção e das negociatas”.