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Moção de confiança à vista após aprovação do memorando

Alexis Tsipras. Foto Left.gr

O cenário de eleições legislativas simultâneas na Grécia e em Portugal está em cima da mesa. Esta semana o primeiro-ministro perdeu o apoio de 42 deputados na votação do terceiro memorando. A imprensa grega dá como certo que a seguir à chegada do dinheiro para pagar ao BCE, Alexis Tsipras vai apresentar uma moção de confiança no parlamento.


Segundo o diário Avgi, o governo planeia apresentar uma moção de confiança a seguir a 20 de agosto. Com a garantia do empréstimo de 86 mil milhões de euros e afastada a questão da permanência ou não da Grécia no euro, Alexis Tsipras vai desafiar a oposição interna presente no grupo parlamentar a clarificar o seu apoio ao governo.

A confirmar-se a divisão interna que antecede o congresso extraordinário do Syriza, o primeiro-ministro pode alegar não ter condições para assegurar a maioria. Nesse caso, a Grécia deverá seguir para eleições antecipadas, com Tsipras a pedir um novo mandato, desta vez para gerir os constrangimentos da austeridade do memorando e o processo da renegociação da dívida que deve arrancar a partir de outubro.

Neste cenário, o fim de setembro ou início de outubro são as datas mais prováveis para os gregos voltarem às urnas, podendo vir a fazê-lo, tal como os portugueses, a 4 de outubro.

Berlim não convenceu Eurogrupo com o “empréstimo-ponte”

O empréstimo do terceiro memorando teve luz verde do Eurogrupo e segue agora para aprovação parlamentar na Alemanha e noutros países cujas leis o exigem. A tentativa de Berlim de prolongar as negociações e aplicar as medidas de austeridade em troca de um “empréstimo-ponte” de poucos meses caíram por terra.

Com a luz verde dos ministros das Finanças da zona euro a um novo empréstimo de 86 mil milhões de euros, a primeira tranche, de 26 mil mil milhões, chega em três fases: 10 mil milhões de imediato, para recapitalizar os bancos com as contas em perigo com a fuga dos depósitos; 13 mil milhões até 20 de agosto, que deverá cobrir o reembolso das dívidas ao BCE e FMI; e outros 3 mil milhões pagos em prestações até ao outono, quando forem cumpridos alguns dos pré-requisitos aprovados nas últimas semanas pelo parlamento de Atenas.

A recapitalização da banca poderá contar com mais 15 mil milhões até novembro, caso os testes de stress do BCE assinalem insuficiência de capitais a um ou vários bancos gregos.