O antigo presidente dos EUA recebeu Alexis Tsipras para uma conversa em que a captação de investimento estrangeiro foi o tema dominante. Tsipras prometeu estabilidade política e reformas para aumentar a confiança dos investidores estrangeiros no país.
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Na conversa com o ex-presidente norte-americano, no âmbito da reunião anual da Clinton Global Iniciative, Alexis Tsipras procurou passar a mensagem de que o governo está apostado na atração de investimento estrangeiro. “A Grécia tem muitas vantagens opor estar na zona euro e numa zona geográfica privilegiada entre três continentes”, defendeu o primeiro-ministro grego, expondo as reformas que pretende fazer e piscando o olho aos empresários de origem grega radicados nos Estados Unidos da América.
“O mandato do povo grego nestas eleições foi claro, quer estabilidade para os próximos quatro anos e reformas internas: na administração pública, no sistema fiscal, cortando os laços com o Estado clientelar, a fuga ao fisco e a corrupção”, defendeu o primeiro-ministro.
Um investidor estrangeiro que chegue hoje à Grécia, para além dos impostos também tem de pagar “por baixo da mesa”, reconheceu Alexis Tsipras, prometendo que essa será uma das práticas que o seu governo irá acabar. No que respeita às áreas de investimento a priorizar, Tsipras sublinhou a qualidade do “capital humano” formado na Grécia na área das novas tecnologias e inovação. Energia, saúde e farmeacêuticas são outras áreas onde o investimento é bem-vindo, para além do tradicional setor do turismo, concluiu.
O período difícil das negociações com os credores foi outro dos temas da conversa. “Tomámos a decisão difícil de ficar na zona euro com um acordo com condições difíceis, mas que oferece perspetivas para sair da crise”, sublinhou Alexis Tsipras prometendo “continuar a luta para corrigir o rumo da Europa”.
“A austeridade foi uma má receita que tornou o doente ainda pior”, prosseguiu o primeiro-ministro grego, explicando o impacto da austeridade que debilitou ainda mais a frágil economia do seu pais. “As boas notícias são que pela primeira vez a Grécia tem um programa realista que não se esgota na austeridade recessiva. Temos as necessidades financeiras cobertas por três anos e o compromisso dos nossos parceiros de iniciar discussões para a restruturação da dívida. Iremos cumprir o nosso compromisso mas é preciso que os parceiros cumpram o seu, aliviando a dívida e restaurando a confiança e credibilidade nos mercados, para que o investimento possa regressar à Grécia”, defendeu Alexis Tsipras.