O célebre “empate técnico” traduziu-se na Grécia por uma vantagem de 7.5 pontos para o Syriza, que irá revalidar a maioria absoluta em aliança com os Gregos Independentes. Com 88% dos votos contados, a Unidade Popular não entra no parlamento e a Nova Democracia pode perder deputados em relação às eleições de janeiro
Depois da eleição de janeiro e do referendo de junho, a campanha eleitoral destas legislativas antecipadas também foi dominada pela narrativa do “empate técnico” que quase todas as sondagens vaticinavam até à véspera do voto. Mesmo nas sondagens à boca das urnas, nenhuma previu uma vitória tão folgada do Syriza. Para além do Syriza, nesta eleição foi a abstenção que venceu, com a participação eleitoral a andar em torno dos 55.5%.
A projeção de deputados e percentagem de votos numa altura em que há 88.82% de votos contados é a seguinte: 145 deputados ao Syriza (menos 4 do que em janeiro), com 35.55% dos votos (menos 0.8 pontos do que em janeiro); 75 à Nova Democracia (menos 1 deputado) com 28.06% (mais 0.3 pontos); 18 à Aurora Dourada (mais 1 deputado) com 6.97% (mais 0.6 pontos); 17 ao PASOK/DIMAR (mais 4 deputados) com 6.28% (mais 1.2 pontos que a soma dos dois partidos em janeiro); 15 deputados ao KKE (mantém), com 5.57% (mais 0.1 pontos); 11 ao Potami (menos 2 deputados) com 4.10% (menos 2 pontos); 10 aos Gregos Independentes (menos 3 deputados) com 3.67% (menos 1.2 pontos); e a estreia parlamentar da União do Centro, com 9 deputados e 3.38% (mais 1.6 pontos do que em janeiro).
À beira da eleição deve ficar a Unidade Popular, dos dissidentes do Syriza que se opuseram à assinatura do terceiro memorando. Apesar de contarem com candidatos de peso na esquerda grega, como Zoe Konstantopoulou ou Manolis Glezos e vários ministros do primeiro governo Tsipras, ou com o apoio de Yanis Varoufakis, a Unidade Popular obtém 2.86%. Para além dela, mais nenhum partido extraparlamentar obteve mais de 1% dos votos dos eleitores gregos. A coligação de esquerda Antarsya foi a que ficou mais próximo, com 0.85%.