A Comissão para a Auditoria e Verdade sobre a Dívida Grega voltou a reunir esta semana, ainda sob a presidência de Zoe Konstantopoulou. O responsável técnico pela Comissão, Eric Toussaint, resumiu a importância dos trabalhos e das conclusões alcançadas a nível internacional, como a recente resolução da ONU sobre a restruturação da dívida.
Na sua intervenção, a presidente do Parlamento grego destacou o “enorme interesse da população pelo trabalho da Comissão, em especial da juventude” e apelou à difusão deste trabalho por todo o mundo. Com a sessão a realizar-se após as eleições de 20 de setembro, o debate foi também um balanço do período desde o referendo até à assinatura do terceiro memorando. As condições da sua passagem pelo parlamento em tempo recorde são suficientes para que a dívida criada com o novo empréstimo possa ser também repudiada, tal como fora defendido para os processos semelhantes de aprovação parlamentar no passado.
O relatório preliminar das conclusões está publicado em livro (em francês) e preparam-se traduções noutras línguas, como o alemão, castelhano e português. O texto está disponível gratuitamente em pdf aqui.
A Comissão reuniu durante quatro dias e um deles foi dedicado aos negócios militares do país, que foram dos grandes responsáveis pelo aumento da dívida, com o testemunho do ex-ministro adjunto da Defesa, Costas Isychos.
O ex-governante do Syriza reconheceu que o terceiro memorando vai cortar na área da Defesa, mas chamou a atenção para a natureza dos cortes previstos: custos com pessoal, manutenção de infraestruturas e hospitais militares, em vez da aquisição de material militar aos grandes fabricantes mundiais de armamento, como inscrito nos programas da NATO.