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“Não seremos o Líbano da Europa”, diz ministro grego em Bruxelas

Yiannis Mouzalas, ministro grago responsável pelas Migrações à entrada da imeira europeia. Foto União Europeia ©

A decisão unilateral dos dez países da “rota dos Balcãs” para travar a entrada de refugiados vai ensombrar a reunião dos ministros do Interior europeus, que se realiza hoje em Bruxelas. A Grécia ameaça com o poder de veto enquanto os 28 não cumprirem o seu compromisso sobre o acolhimento de refugiados.


Apenas um dia após o Conselho Europeu ter declarado que não haveria ações unilaterais sobre política de refugiados até à próxima cimeira, um grupo de dez países esteve reunido em Viena para aprovar mais barreiras à entrada dos refugiados que saem todos os dias da Grécia em busca de um futuro melhor na Europa.

Crise dos refugiados em 7 infografias

Atenas teme que a decisão tenha como objetivo agravar a crise humanitária no país, com milhares de pessoas presas em campos de refugiados em troca de pagamentos por parte dos países mais ricos. “A Grécia não aceitará ações unilaterais. As ações unilaterais também podem ser aplicadas pela Grécia. A Grécia não se tornará no Líbano da Europa, um depósito de almas, mesmo que isso seja fortemente financiado”, afirmou esta quinta-feira o ministro do Interior grego, Yiannis Mouzalas, à entrada da cimeira dos ministros europeus em Bruxelas.

Ontem à tarde houve debate no parlamento com a presença de Alexis Tsipras, que ameaçou usar o poder de veto nas decisões europeias caso os 28 Estados continuem sem cumprir o que acordaram na cimeira de setembro sobre a responsabilidade comum no acolhimento de refugiados.

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O primeiro-ministro grego fez chegar o seu protesto ao governo austríaco por ver a Grécia excluída da reunião sobre um tema que a afeta particularmente, chamando o embaixador em Viena. O protesto seguiu também via telefone para Angela Merkel, que foi igualmente crítica da iniciativa austríaca de juntar outros países para erguerem mais barreiras, ao arrepio das decisões comuns do Conselho Europeu. A Áustria decidiu também criar um limite de oitenta autorizações de vistos diárias e de 3200 atravessamentos do país a partir da fronteira eslovena.