O ministro grego lamentou não ter sido possível juntar uma maioria de bloqueio às sanções na reunião dos responsáveis pelas pastas das Finanças na UE. Tsakalotos espera que a segunda avaliação do memorando grego possa ser muito mais rápida do que a primeira.
Na reunião de segunda-feira dos ministros das Finanças da zona euro, Euclid Tsakalotos foi o primeiro a intervir contra a possibilidade de impor sanções por incumprimento dos défices português e espanhol. O ministro grego argumentou que na sequência do Brexit, a UE estaria a enviar uma manesagem totalmente errada aos mercados se adotasse uma linha dura em matéria orçamental.
Segundo a agência de notícias grega ANA-MPA, os ministros das Finanças de França e Itália, Michel Sapin e Paolo Gentilono, falaram em seguida, reforçando os argumentos apresentados pelo ministro grego. No dia seguinte, na reunião com todos os ministros das Finanças da UE, Tsakalotos insistiu na recusa de sanções, sublinhando que Portugal e Espanha apresentaram melhorias na execução orçamental e “estão no bom caminho”. A decisão de aprovar a recomendação da Comissão Europeia para abrir o processo das sanções foi tomada sem votação, por não se ter reunido a necessária maioria de bloqueio na reunião.
Segunda avaliação deve ser concluída rapidamente
Embora desta vez a Grécia tenha ficado fora da agenda da reunião dos ministros das Finanças, Euclid Tsakalotos referiu-se à próxima avaliação do memorando, que deverá desbloquear 2.800 milhões de euros no outono. Depois de meses de intensas negociações com avanços e recuos na primeira avaliação concluída em maio, Tsakalotos acredita que, à semelhança de outros memorandos, a segunda possa ser concluída rapidamente.
“A Grécia só tem a ganhar ao implementar o programa rapidamente”, afirmou o ministro, sublinhando que o país não pode ser visto como o responsável por um adiamento que só prejudica o país.
Ministro do Trabalho rejeita reformas laborais do FMI
Em setembro a Grécia vai discutir reformas na lei laboral e o ministro Katrougalos diz que elas vão marcar “o regresso ao modelo social europeu e reforçar os direitos laborais”. O ministro do Trabalho rejeita as propostas de cortes salariais que o FMI tem insistido, incluindo o salário mínimo que o Fundo aponta como o mais generoso da UE, tendo em conta o PIB per capita.
Em alternativa, o governo pretende incluir na segunda avaliação do memorando o reforço da contratação coletiva e submeter as suas propostas à avaliação da Organização Internacional do Trabalho. Para Katrougalos, este é um dos três temas que o governo admite negociar em setembro. Os outros dois são as propostas do FMI sobre os despedimentos coletivos e a lei sindical, embora Katrougalos prometa que não aceitará nenhuma deterioração dos direitos dos trabalhadores, tal como rejeitou na passada negociação “aceitar um aumento considerável das contribuições para salvar as pensões”.
O ministro anunciou ainda ter convocado os parceiros sociais para procurar formar uma frente unida no lampo laboral nas negociações que se aproximam.