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Confederação Sindical Internacional ataca papel do FMI nas negociações

Christine Lagarde. Foto FMI/Flickr

A organização internacional CSI-ITUC considera “inaceitável que o FMI tenha adotado uma posição dura nas negociações e que esteja a pressionar os credores europeus a não desbloquearem as verbas do empréstimo enquanto a Grécia não cortar pensões a um nível básico de 360 euros, abaixo do limiar de subsistência”.

A secretária-geral da organização que junta sindicatos de todo o mundo disse esta quarta-feira que “com mais de um quarto da força de trabalho sem emprego, boa parte dos agregados familiares vão depender das pensões como única fonte estável de rendimento e serão empurrados para a pobreza se as pensões forem cortadas outra vez”.

A liberalização das leis laborais é outra das exigências do FMI criticadas pela CSI. “As leis laborais na Grécia estão em conformidade com as normas europeias”, prosseguiu Sharan Burrow, que defende que as propostas de Christine Lagarde “não se irão traduzir em recuperação mas na certeza de que a desigualdade irá aumentar a grande rimo”.

“O FMI devia mostrar mais coerência com os seus próprios estudos sobre o impacto negativo da desigualdade. Devia também respeitar os direitos dos trabalhadores e apoiar uma reforma fiscal justa na Grécia”, sublinhou a líder da CSI. “O FMI devia desistir do seu estúpido ataque aos salários, direitos e pensões dos trabalhadores”, apelou Sharan Burrow, antes de lembrar “o desempenho absolutamente inepto do FMI em falhar a previsão do nível de recessão e endividamento que as condições do empréstimo criaram” na Grécia.

“Após cinco anos de austeridade destrutiva e ajustamento estrutual, o FMI e outros credores internacionais deviam parar o seu obstrucionismo, fazer o desembolso dos empréstimos nos prolongamentos já acordados e apoiar o esforço do povo grego para reconstruir a sua economia através de políticas que dêem prioridade à criação de emprego”, conclui a secretária-geral da Confederação Sindical Internacional.