A presidente do parlamento grego veio a Portugal e falou do trabalho do comité para a auditoria à dívida, que prossegue o seu trabalho a grande ritmo.
Zoe Konstantopoulou participou numa conferência interparlamentar sobre o Mediterrâneo, imigração e asilo e na cimeira de líderes dos parlamentos da União para o Mediterrâneo.
Em declarações à agência Lusa, explicou que a decisão de estabelecer um comité de peritos para a auditoria à dívida grega surgiu da necessidade de “analisar as razões porque foi criada esta dívida, por quem, como explodiu, e que parte da dívida é legítima e que parte é ilegítima e odiosa”. Zoe Konstantopoulou diz que “é óbvio que em grande medida temos uma dívida ilegítima, ilegal, insustentável e odiosa”.
Para a presidente do parlamento da Grécia, as conclusões deste trabalho serão também “uma questão europeia, porque não é apenas um problema da Grécia. Portugal tem um problema com a dívida, a Itália também, muitos países enfrentam problemas com a dívida e parte destas dívidas não estão assumidas”.
Zoe Konstantopoulou reuniu esta terça-feira com um grupo de deputados do Bloco de Esquerda. A porta-voz bloquista Catarina Martins sublinhou que o parlamento grego tem aprovado legislação que respeita o compromisso feito com os eleitores “e que tem a ver com questões tão básicas como não cortar mais nas pensões, ou reintegrar os funcionários públicos que foram ilegalmente despedidos”.
Catarina Martins acrescentou que a retenção do financiamento à Grécia é uma “pura chantagem do radicalismo ideológico da austeridade, que está a ser uma arma de arremesso contra o povo grego, para que os compromissos eleitorais, para que a escolha da democracia não seja cumprida”.