Diferença de 2.000 milhões impediu acordo em Bruxelas

Sede da Comissão Europeia em Bruxelas. Foto GlynLowe.com

O encontro deste domingo entre representantes dos credores e da delegação grega não demorou mais de meia hora. As negociações deverão prosseguir até ao prazo final de 30 de junho.

Um porta voz da Comissão Europeia, citado por uma jornalista do Ekathimerini, fala numa diferença de 2 mil milhões anuais em cortes exigidos pelos credores, que não aceitam as alternativas propostas pela Grécia.

Antes do final do encontro, o governo grego já tinha feito saber que os pontos da discórdia no que toca as finanças públicas são o corte de 1800 milhões nas pensões e a subida de 1800 milhões com aumentos do IVA. Ou seja, 3.600 milhões de euros por ano.

Atenas repete que não assinará nenhum acordo que preveja cortes de salários e pensões ou do IVA da eletricidade e produtos essenciais. “Não queremos mais medidas recessivas que comprometam o crescimento. Essa experiência já durou que chegue”, refere a nota oficiosa.

As negociações vão prosseguir até quinta-feira, data do Eurogrupo, mas é difícil antever cedências de qualquer das partes, pelo que continua em aberto o prazo final de 30 de junho, dia em que expira o memorando. O ambiente entre os credores também não é o melhor desde o mês passado, mas piorou ainda mais depois do FMI ter ficado sob suspeita na imprensa alemã de estar a dificultar o acordo. Questionado pelo correspondente do Financial Times em Bruxelas sobre se a curta duração do encontro era um mau sinal, o ministro grego de Estado Nikos Pappas apenas disse “Isso é o que vamos ver”, sorrindo ao jornalista:

Após a reunião, o vice-primeiro-ministro e responsável político pelas negociações, Yannis Dragasakis, escreveu no Facebook que ela serviu para a Grécia apresentar propostas que cobriam a diferença entre os dois lados. Dragasakis sugere na sua nota que os representantes dos credores não estavam mandatados para negociar as propostas gregas.