Os ministros das Finanças da Grécia e Alemanha encontraram-se em Berlim para uma “discussão longa e produtiva” e em tom “extremamente amigável”, nas palavras de Yanis Varoufakis.
O ministro grego diz que não foi a Berlim com o objetivo de negociar, mas de encontrar “terreno comum” para o avanço das negociações, após a proposta dos credores ter sido considerada inaceitável em Atenas.
“São tempos difíceis para a União Europeia e em particular a zona euro, e os políticos devem assumir a responsabilidade de chegar a um acordo que é necessário para a coesão da zona euro e da UE”, afirmou o ministro das Finanças grego.
“Acho que a conversa que hoje tivemos vai ajudar a fortalecer o processo das últimas semanas no sentido de alcançar um acordo final”, concluiu Varoufakis.
O ministro alemão não fez declarações à imprensa no final do encontro, e por isso não foi confrontado com perguntas dos jornalistas sobre a notícia da agência Bloomberg a dar conta da discórdia entre Schäuble e Merkel sobre a solução para a crise grega:
Merkel-Schaeuble split over Greece approach widen, sources say http://t.co/w6Dj7zYZk3 pic.twitter.com/5Qjblputh0
— Bloomberg (@business) June 8, 2015
Citando fontes não identificadas do partido de Angela Merkel, a Bloomberg conclui que ela está disposta a fazer concessões para manter a Grécia no euro, enquanto Schäuble surge como a figura de referência dos deputados da CDU/CSU que não estão dispostos a dar luz verde a mais financiamento para Atenas, sem ser em troca da receita de austeridade prescrita pelos credores.
Obama quer ver mais flexibilidade dos dois lados da negociação
Também na Alemanha, a participar na cimeira do G7, o presidente norte-americano Barack Obama sublinhou o “sentimento de urgência” por parte dos presentes em resolver a crise grega. “Se os dois lados mostrarem flexibilidade suficiente, podemos resolver este problema… mas serão necessárias decisões difíceis por parte de todos os envolvidos”, afirmou Obama, garantindo que os EUA continuarão a conversar com gregos e credores até que haja um acordo.
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Também durante esta cimeira de que foi antitriã, Angela Merkel disse que “todos os dias contam” a partir de agora para alcançar o acordo e que irá voltar a conversar com Alexis Tsipras na quarta-feira em Bruxelas. Segundo a agência de notícias grega, a chanceler alemã deu a Espanha, a Irlanda e o Chipre como exemplos de sucesso da receita de austeridade aplicada pela troika noutros países para além da Grécia.