A presidente do Parlamento grego interveio este sábado em Paris num encontro internacional organizado pelo Partido da Esquerda Europeia. E defendeu uma moratória ao pagamento da dívida enquanto decorrer o trabalho da comissão de auditoria.
Zoe Konstantopoulou falou do trabalho da comissão de auditoria à dívida criada pelo parlamento grego, uma iniciativa inédita na Europa, acrescentando que a “solução lógica” será decretar uma moratória do pagamento da dívida enquanto decorrer o trabalho da auditoria. A Comissão técnica liderada por Eric Toussaint apresentará o relatório intercalar nas próximas semanas, mas o trabalho da comissão deverá prolongar-se por mais um ano, enfrentando dificuldades no acesso aos documentos na posse do banco central e outras instituições dirigidas por figuras ligadas aos anteriores governos.
“Cada criança nascida na Grécia deve 32.500 euros. Isso mostra bem a absoluta injustiça que preconizam as políticas de austeridade e dos memorandos”, afirmou Zoe Konstantopoulou em Paris. “A austeridade mata. Ela mata a sociedade, os seres humanos e também a democracia e a Europa dos povos”, acrescentou, apelando à solidariedade dos povos da Europa com a luta do governo grego contra “o novo totalitarismo económico que apenas cria colónias económicas”.
A presidente do Parlamento grego descreveu o braço de ferro no Eurogrupo como “uma luta entre aqueles que querem honrar o mandato democrático do povo grego, pôr fim à austeridade, defender a sociedade, os direitos humanos, o estado social e a democracia e aqueles que querem perpetuar esta austeridade atroz e estabelecer um regime antidemocrático de subordinação dos povos sob pretexto de reembolsar uma dívida que é em grande parte ilegítima, ilegal e odiosa”.
No Fórum Europeu das Alternativas participaram outras figuras do Syriza, como o secretário-geral do partido, Tasos Koronakis, ou o ministro do Trabalho Giorgios Katrougalos. Organizado pelo Partido da Esquerda Europeia em conjunto com o Partido Comunista Francês e a Rede Transform, o Fórum contou também com a intervenção da eurodeputada portuguesa Marisa Matias, do Bloco de Esquerda.
A intervenção completa pode ser ouvida aqui: