Powered by Jasper Roberts - Blog

Quais são as dez pastas remodeladas por Alexis Tsipras?

Sede do governo grego

O primeiro-ministro da Grécia anunciou a primeira remodelação no governo, na sequência das saídas e demissões das últimas semanas e também do voto contrário de alguns ministros ao primeiro pacote de austeridade imposta por Bruxelas.

O ministro da Energia e Reconstrução Produtiva, Panagiotis Lafazanis é a principal baixa no governo, após ter votado contra as medidas de austeridade na madrugada de quinta-feira. Para o seu lugar vai Panos Skourletis, que foi até hoje ministro do Trabalho. Por sua vez, Skourletis será substituído por George Katrougalos, que abandona a pasta da Reforma Administrativa e acumulará a pasta do Trabalho com a da Segurança Social, em que terá como ministro adjunto o deputado dos Gregos Independentes Pavlos Chaikalis.

Com a passagem de Katrougalos para o Ministério do Trabalho, a pasta da Reforma Administrativa será ocupada por Christoforos Bernardakis, que era até agora secretário-geral da coordenação governativa. A coadjuvá-lo estará o ex-autarca e deputado do Syriza Pavlos Polakis.

Outra baixa no governo em rota de colisão com o acordo de Bruxelas foi a da ministra-adjunta das Finanças Nadia Valavani, por sua iniciativa. O seu lugar será preenchido por um sindicalista dos impostos, Tryfon Alexiadis. Pelos mesmos motivos, o ministro adjunto Kostas Isichos sai do governo, substituído pelo deputado do Syriza Dimitris Vitsas. A porta-voz do governo e ministra-adjunta de Tsipras é agora a deputada do Syriza Olga Gerovasili, passando Gabriel Sakellaridis para os Assuntos Parlamentares.

As mudanças ocorreram também no Ministério dos Negócios Estrangeiros, e afetaram as pastas deixadas vazias por Euclid Tsakalotos – que substituira Varoufakis nas Finanças logo após o referendo – e por Nikos Chountis, que foi preencher a vaga deixada pela saída de Manolis Glezos no Parlamento Europeu. A substituí-los como ministros-adjuntos dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Europeus estão dois deputados do Syriza: o ex-sindicalista dos professores Yiannis Amanatidis e a historiadora Sia Anagnostopoulou.

Tsipras acusa os desalinhados de “falta de camaradagem”

Na véspera da remodelação, Tsipras lançou palavras duras contra os ministros e deputados que votaram contra o acordo que ele próprio criticou no parlamento, fazendo o governo perder a maioria. “Na reunião do grupo parlamentar perguntei a todos, um a um, se achavam que a chantagem sobre o país era verdadeira ou a fingir. Se decidíssemos que ela não era real, votaríamos contra todos juntos, mas se decidíssemos que era, então teríamos de partilhar a responsabilidade” de votar a favor das medidas de austeridade.

“O facto de ninguém ter posto objeções ao poder real da chantagem fez com que a decisão dos 32 deputados de não partilhar a responsabilidade comigo e com os restantes 110 deputados é uma escolha que entra em contradição com os princípios de camaradagem e de solidariedade neste um momento crucial, e o partido sai ferido”, concluiu Tsipras.