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Eurogrupo liberta nova tranche do empréstimo

Moscovici e Dijsselbloem. Foto União Europeia ©

A luz verde dos ministros das finanças da zona euro foi dada na segunda-feira. Atenas vai receber 2 mil milhões de euros do empréstimo e o dinheiro para a recapitalização da banca, que acaba por ficar muito aquém das previsões de julho.


A aprovação das medidas prévias pelo parlamento grego na semana passada foi suficiente para o Eurogrupo desbloquear a respetiva tranche do empréstimo e o dinheiro para a recapitalização dos bancos.

A porta-voz do governo grego, Olga Gerovasili, afirma que Atenas alcançou os seus objetivos ao fim de duras negociações. No que toca à proteção das primeiras habitações face aos despejos por incumprimento no crédito à habitação, a solução aprovada pelo parlamento permite proteger 60% dos devedores, enquanto os credores propunham proteger apenas 16% e os anteriores governos tinham mesmo dado o acordo à eliminação total dessa proteção, acrescenta Gerovasili.

Outra boa notícia, tendo em conta o contexto da fragilidade do sistema financeiro grego ao longo do ano, foram as necessidades abaixo do previsto quanto ao reforço do capital dos quatro maiores bancos gregos, após os testes de stress do BCE. Dois deles conseguiram aumentar o seu capital recorrendo apenas a investidores privados, enquanto os outros dois irão recorrer a 5.700 milhões de euros da linha de financiamento dedicada à recapitalização. A porta-voz do governo recorda que o valor apontado como necessário no acordo de julho era de 25 mil milhões, verificando-se agora que essa estimativa quase quintuplicava as necessidades reais, apesar da fuga de depósitos e do avolumar do crédito malparado nos últimos anos.

Banqueiros aguardam pelo regresso da confiança… e dos depósitos

Esta terça-feira, a líder da associação de bancos afirmou que o passo seguinte será o regresso aos métodos normais de financiamento junto do BCE e o levantamento completo dos controlos de capitais no primeiro trimestre de 2016. Afastado o risco de “bail-in” dos depositantes, é de prever que haja um aumento da confiança no setor financeiro grego que fará regressar os depósitos retirados dos bancos no último ano e meio, acrescentou Louka Katseli.

A próxima ronda negocial da Grécia com os credores está agendada para as próximas semanas, com novo pacote de medidas a ser apresentado no parlamento em meados de dezembro, com a aguardada reforma no sistema de segurança social em cima da mesa. Só após a aprovação destas medidas será possível concluir a primeira avaliação do programa e então dar início às negociações para a restruturação da dívida grega, uma condição imposta por Atenas, mas também pelo FMI para poder entrar no financiamento do programa de três anos acordado no verão.