Refugiados: Grécia responde às críticas de Schäuble

Wolfgang Schäuble. Foto União Europeia ©

A porta-voz do governo grego lembrou o ministro alemão que a Grécia tem defendido os valores humanistas da Europa apesar de estar a sofer a mais grave crise económica provocada pela austeridade.

O ministro alemão das Finanças voltou a escolher o tablóide Bild para lançar críticas sobre a Grécia, a propósito da sua política para os refugiados. Desta vez, Schäuble afirmou que não podia mandar de volta os refugiados que chegam à Alemanha para a Grécia, uma vez que aí não seriam tratados de forma humana.

Na resposta, a porta-voz do governo grego afirmou que “alguém devia lembrar o sr. Schäuble que a Grécia tem lutado pelo humanismo nas fronteiras europeias, mesmo em condições de crise económica e social criadas por cinco anos de austeridade contínua”.

Olga Gerovasili acrescentou que a maioria dos europeus reconhece esse esforço e que os ataques recorrentes de Schäuble ao governo de Atenas se enquadram na luta partidária interna.

Grécia chama embaixador em Praga após polémica presidencial

As declarações do ministro alemão ao Bild surgem dias após as críticas que motivaram um incidente diplomático entre a República Checa e a Grécia.

O presidente checo Milos Zeman defendeu que o seu país só deverá aderir ao euro no dia em que a Grécia sair da moeda única. Nestas declarações à agência eslovaca TASR, Zeman acrescentou ter ficado desapontado por as negociações de julho não terem resultado na expulsão da Grécia da zona euro.

Em resposta, Atenas mandou chamar o embaixador em Praga e um porta-voz da diplomacia grega lembrou que “a República Checa só é membro da União Europeia também graças à Grécia”.

O presidente checo voltou a criar polémica com a sua mensagem de Natal em que classificou o drama dos refugiados como uma “invasão organizada” da Europa, sugerindo que os jovens que fogem da Síria são cobardes por não ficarem lá para enfrentar com armas o Estado Islâmico.

Tal como havia feito após as declarações presidenciais sobre a Grécia, coube ao primeiro-ministro Bohuslav Sobotka o papel de criticar as palavras do seu presidente, atribuindo-as “ao preconceito e à sua habitual simplificação das coisas”.