Phillipe Legrain esteve esta tarde no início das audições públicas da Comissão para a Auditoria e a Verdade da Dívida. O ex-conselheiro de Durão Barroso afirmou que os credores decidiram não fazer a restruturação da dívida grega em 2010 para não prejudicarem os bancos franceses e alemães.
Legrain é um apoiante da restruturação da dívida e contou à Comissão como no início da crise Jean Claude Trichet, Angela Merkel e Sarkozy, em colaboração com o então líder do FMI Strauss-Kahn, decidiram “fazer de conta” que a Grécia tinha um problema de liquidez e não uma dívida absolutamente insustentável.
O resgate financeiro à Grécia serviu para resgatar os bancos franceses e alemães que detinham a dívida grega, bem como outros investidores. O ex-conselheiro de Durão Barroso afirmou que nove em cada dez euros foram usados para pagar esses empréstimos e não para ajudar o país.
Phillipe Legrain criticou ainda a proposta atual dos credores, que pretendem dar mais austeridade sem aliviar o fardo da dívida. E defendeu que a Grécia deve ameaçar com a bancarrota caso não haja restruturação da dívida, mesmo que isso implique a saída do euro.
#Greece's creditors aren't just demanding reforms for cash. They also want much more austerity without debt relief: more pain for no gain
— Philippe Legrain (@plegrain) June 11, 2015
A Comissão de Auditoria e Verdade da Dívida prossegue os trabalhos na segunda-feira, com a audição do ex-representante grego no FMI, Panagiotis Roumeliotis. Para os dias 17 e 18 está marcada a terceira reunião de trabalho que irá apresentar o relatório preliminar da auditoria à dívida da Grécia, elaborado pela comissão técnica presidida por Eric Toussaint.