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Zoe queixa-se do “enterro eletrónico” da auditoria à dívida

Zoe Konstantopoulou

A ex-presidente do Parlamento da Grécia não gostou de ver desaparecer do site da instituição os relatórios produzidos pela Comissão para a Auditoria e Verdade sobre a Dívida Grega. O mais recente foi aprovado após a assinatura do terceiro memorando e declara-o tão ilegal e ilegítimo quanto os anteriores.


Para além dos relatórios desta Comissão e da Comissão de Inquérito aos negócios com a Siemens, envolvidos num escândalo de subornos, também desapareceu do site do Parlamento grego o apelo internacional de solidariedade com os trabalhos da comissão de auditoria à dívida, subscrito por centenas de economistas e políticos de muitos países.

No último relatório, feito após a assinatura do terceiro memorando e o acordo de empréstimo, a Comissão detalha as razões porque entende que, tal como os dois anteriores, é “odioso, ilegal e ilegítimo”. A agravar a situação, é sublinhado que ele contraria a decisão tomada pelo povo grego em referendo por 62% dos votos e que é vinculativa à luz da lei nacional.

Este relatório elenca também algumas medidas com impacto social negativo previstas pelo terceiro memorando e que entretanto começaram a ser aprovadas no parlamento grego. E termina lamentando que o governo de Alexis Tsipras tenha ignorado por completo o relatório preliminar produzido pela Comissão para a Auditoria e Verdade sobre a Dívida Grega durante as negociações com os credores e tenha mesmo renunciado a abolir uma parte da dívida cujo pagamento está a ser exigido ao país.

Relatório sobre o Terceiro Memorando e o Acordo de Empréstimo

Relatório preliminar da Comissão para a Auditoria e Verdade sobre a Dívida Grega

Apesar de já não fazer parte do Parlamento – fez parte das listas do partido Unidade Popular, que não alcançou os 3% necessários para obter representação parlamentar – Zoe Konstantopoulou continua ativa na divulgação do trabalho produzido pela Comissão e na defesa da anulação de boa parte da dívida pública grega. No dia 16 de outubro, apresentou esta comunicação na Assembleia Cidadã Europeia sobre a Dívida em Bruxelas.