A falta de pessoal e o atraso nos pagamentos motivaram a greve de 24 horas esta quarta-feira nos hospitais e escolas gregas. Professores, estivadores e trabalhadores dos transportes públicos de Atenas também paralisaram contra as consequências do memorando.
A greve dos professores, médicos, enfermeiros e funcionários hospitalares serviu para exigir o pagamento dos salários e prémios em atraso e lutar contra os cortes no pessoal que aqueles setores têm sofrido nos últimos anos. Os profissionais de saúde saíram à rua em Atenas para manifestar o seu descontentamento.
Os trabalhadores dos transportes públicos de Atenas também paralisaram durante quatro horas, em protesto por verem a sua empresa ser integrada no fundo criado pelo terceiro memorando para rentabilizar o património público através de privatizações, concessões e outras fontes de receita com destino ao pagamento da dívida e ao investimento.
Por seu lado, os estivadores dos portos do Pireu e Salónica prosseguem a luta para garantir a manutenção dos seus direitos após a empresa chinesa vencedora da concessão daqueles portos assumir a maioria do capital. Esta sexta-feira será marcada pela greve de 24 horas no setor ferroviário, a juntar à manifestação dos estivadores trabalhadores portuários, em greve até domingo.
Outra greve prolongada tem sido a dos advogados, que no próximo dia 17 prometem levantar parcialmente a paralisação que dura há seis meses. O motivo da greve foi a reforma da segurança social e dos impostos, que propunha aumentar as contribuições dos profissionais liberais. A reforma foi entretanto aprovada com algumas alterações, mas o protesto manteve-se. Segundo a imprensa grega, aos 700 mil processos pendentes na justiça, somaram-se mais 320 mil devido a esta greve, prevendo-se um prazo de 8 a 10 anos para recuperar o atraso.