O ministro das Finanças grego reagiu este domingo às “notícias falsas” publicadas na imprensa internacional sobre o que realmente aconteceu na reunião do Eurogrupo de 24 de abril.
Num post publicado no seu blogue, Yanis Varoufakis diz que as “notícias falsas” sobre o que foi dito na reunião de Riga levaram as pessoas a acreditar que o ministro tinha sido insultado, com os parceiros a chamá-lo de “jogador”, “amador”, entre outros nomes menos abonatórios, e que teria reagido de forma mais violenta, levando o governo a substituí-lo nas negociações.
The Truth About Riga http://t.co/ZkIczP4tVD
— Yanis Varoufakis (@yanisvaroufakis) May 24, 2015
A notícia partiu dos meios com acesso a fontes anónimas de Bruxelas e foi repetida nos media internacionais nos dias e semanas seguintes. Só quase um mês depois é que o correspondente do Financial Times em Bruxelas a veio desmentir no Twitter:
It is 100% accurate @yanisvaroufakis not personally insulted at Riga #eurogroup. Words "gambler", "amateur", "time-waster" never uttered
— Peter Spiegel (@SpiegelPeter) May 21, 2015
Glad to see the truth emerge – even belatedly… https://t.co/6J7ILxlj3q
— Yanis Varoufakis (@yanisvaroufakis) May 21, 2015
“Como é óbvio, nada disto corresponde minimamente à verdade”, diz Yanis Varoufakis, aproveitando para esclarecer a última acusação – publicada na semana passada no New York Times – de que teria gravado a reunião de Riga às escondidas.
Varoufakis explica que, à falta de minutas das reuniões, tem por hábito gravar no telemóvel as suas intervenções e respostas de improviso, para poder relatar a seguir ao primeiro-ministro e ao seu staff o que realmente disse na reunião.
“Ninguém respeitou mis a confidencialidade dessas reuniões do que eu – mesmo nos dias e semanas em que fui provocado com notícias falsas e ataques pessoais envolvendo essas reuniões”, afirma Varoufakis.
Num recado aos europeus, o ministro acrescenta: “Talvez seja altura de nos tornarmos um pouco mais céticos no que respeita ao jornalismo em que confiamos enquanto cidadãos. E talvez devamos questionar as instituições europeias onde são tomadas decisões de importância monumental, em nome da cidadania europeia, mas nas quais não são feitas nem publicadas nenhumas minutas”.
“O secretismo e uma imprensa crédula não auguram nada de bom para a democracia europeia”, conclui Varoufakis.