Veja aqui o vídeo da entrevista de Varoufakis à Bloomberg. O ministro das Finanças grego diz que o problema é que os credores não querem admitir que os memorandos da troika foram “o maior fracasso da história económica mundial”.
Yanis Varoufakis condenou a decisão do Eurogrupo de rejeitar o prolongamento do programa até ao referendo, obrigando ao encerramento dos bancos. “Isto é uma crise política que não tem nada a ver com os bancos, não é a mesma coisa que aconteceu no Chipre”, referiu o ministro.
“Houve uma decisão política do Eurogrupo para encerrar os bancos numa tentativa de nos obrigar a assinar um acordo inviável, que não resolve os problemas de financiamento nem dá uma solução para a restruturação da dívida” resumiu Varoufakis.
Para o ministro, chegar a acordo após o ‘Não’ no referendo não será complicado, uma vez que “desde a crise financeira de 2008, a Europa tem definido regras à medida que os problemas acontecem. O Mecanismo Europeu de Estabilidade, o Quantitative Easing, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, o programa grego ou irlandês, são todos dispositivos de última hora para conter uma crise que ninguém esperava. Tenho a certeza que na segunda-feira, o BCE vai reatar a assistência e os bancos poderão reabrir em seguida”.
“O povo grego quer ficar no euro. A pergunta do referendo é como é que o vamos conseguir,
“Se os gregos disserem ’Não’ à proposta, começaremos de imediato a negociar um acordo melhor”, que “pode ser feito numa hora”. Bsta para isso que os 27 mil milhões de obrigações detidas pelo BCE passem para o Mecanismo Europeu de Estabilidade, garantindo assim o acesso da Grécia ao ‘Quantitative Easing’, o programa que permite ao BCE comprar dívida no mercado secundário e baixar as taxas de juro.
Questionado sobre se assinaria um acordo sem restruturação da dívida, Varoufakis foi taxativo: “Prefiro cortar um braço”. Não podemos assinar mais acordos na base de “adiar e fazer de conta” que o problema da dívida não existe.
“O povo grego quer ficar no euro. A pergunta do referendo é como é que o vamos conseguir, se através de um acordo de ‘adiar e fazer de conta’ ou outro acordo que traga uma solução para o problema”, prosseguiu Varoufakis.
“O programa a troika foi o maior fracasso da história económica em todo o mundo. E eles não gostam de ouvir isso”, concluiu o ministro, desafiando o entrevistador a perguntar ao FMI ou qualquer banqueiro ou investidor em Nova Iorque se não acha prioritário fazer a restruturação da dívida grega que os credores europeus têm recusado.